‘Eles tratam a gente como animais’, diz motorista de ônibus do Rio
Profissional viveu rotina de abusos até pedir demissão e exigir seus direitos na justiça. Desde então, não consegue mais trabalho no setor.
Antônio passou quatro anos como rodoviário na capital do Rio de Janeiro. Familiarizado com as rotas do BRT, ele não aguentava mais os horários de trabalho – que às vezes ultrapassavam 14 horas por dia – e queria pedir demissão. Durante o processo, descobriu que a empresa não havia pago o FGTS e o INSS e decidiu entrar na justiça. Ganhou a ação, mas desde então não consegue mais nenhum emprego na área. Seus problemas são ainda anteriores à demissão. O motorista contou ao Intercept sobre a rotina de abusos: desde horas e folgas não pagas, passando por desconto no contracheque por assaltos aos ônibus e chantagens. “Quem reclama toma três dias de suspensão”.